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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Mulheres que traem


A traição passou a fazer parte do COTIDIANO
de algumas mulheres,
mas agora,
são elas que maS

As mulheres estão mudando.

Segundo uma pesquisa realizada por um professor convidado do Curso de Especialização em Sexualidade Humana da Universidade de Campinas,

as mulheres estão traindo mais e sem culpa!

Atualmente, a infidelidade é aceita nas novelas,

sendo discutida na sociedade e pelos casais.

Mesmo assim, muita gente pensa que é

apenas da cultura do homem trair, para essas pessoas,

a mulher é mais segura no relacionamento e trai

porque deixou de amar o parceiro e está apaixonada por outro.

Nem sempre é assim.

Foi-se o tempo em que muitas só procuravam outro

relacionamento quando não se sentiam bem em casa.

Agora elas traem porque desejam viver emoções que fazem

parte da fase do namoro e não da vida de casada.


A funcionária pública Fernanda é um exemplo. Casada, no auge da beleza dos 30 e poucos anos, mãe de três filhos, ela diz não ter nenhuma dúvida de que ama o marido, mas não resistiu à tentação de pular a cerca. E não foi uma, ou duas vezes, foram muitas. "Não consigo resistir a uma cantada. Conduzo a situação com muita habilidade. Gosto de sexo, mas também desse jogo de sedução. Por isso, deixo o parceiro pensar que está conduzindo tudo, mas no fundo sou eu quem mando na situação".

Para muitos, a postura de Fernanda se encaixaria perfeitamente ao rótulo "devoradora de homens",

afinal não é toda mulher casada que está disposta a ir até as últimas conseqüências.

Mas, engana-se quem pensa que trair por diversão

não tira o sono de Fernanda.

Por incrível que pareça "essa devoradora de homens"

sente remorso cada vez que trai.

Para aliviar o sentimento de culpa,

Fernanda volta para casa e cobre o marido de carinho.

É até capaz de promover sexo ardente,

deixando-o ainda mais apaixonado.

E no meio aos lençóis e corpos suados,

Fernanda chega a prometer em pensamentos que vai resistir

ao pecado da carne.

Mas cada vez que cruza outro homem interessante,

acaba quebrando a promessa.

Será mesmo a carne fraca?


A médica Márcia de 27 anos,

que manteve um relacionamento paralelo durante seis meses

quando ainda estava casada,
aposta que sim.

"Se pintar tesão não hesito em sair.

Mesmo se eu estiver namorando,

não vou deixar de sentir prazer.

Acho que sexo e amor são coisas diferentes.

Sexo e amor são coisas bem diferentes.

Meu primeiro compromisso é ser feliz".

Para a promotora de eventos Liliana Cardoso, 32 anos,

amante pode significar uma nova alternativa,

dentro da relação.

"Das vezes que transei com outro,

minha paixão só aumentou pela pessoa com quem eu estava

me relacionando,

porque eu voltava com a certeza de que ela era melhor",

comenta.

O mesmo aconteceu com a representante comercial Jacira,

de 34 anos.

"Meu marido viajava muito e depois do segundo filho,

tive depressão.

Comecei uma terapia com um médico 18 anos mais velho do

que eu.

Quando dei por mim, eu estava tendo um caso.

Mesmo assim, não me senti culpada, porque desejei viver

aquela emoção.

Era como nos velhos tempos do namoro".

Jacira conta ainda que apesar de curtir o amante,

nunca pensou em deixar o marido.

"Não queria por causa dos filhos,

da casa, do companheirismo de meu marido,

e também por amá-lo".

Para Jacira, a traição não atrapalhou, até ajudou a relação.

"Melhorou minha auto-estima.

Descobri que posso ser maravilhosa,

mesmo estando com uns quilinhos a mais.

Voltei a trabalhar e a viver!".


A gaúcha Sônia, 29 anos, nunca foi casada,

mas viveu um relacionamento longo e duradouro na

época da faculdade.

Em 1996, começou a trabalhar numa empresa de marketing.

Lá, homens interessantes a mimavam.

"Eles me davam a maior atenção,

sobravam cantadas e bombons".

Apesar do cortejo, Sônia mantinha-se fiel ao namorado.

"Tinha planos de casar", relembra.

Mas essa postura de garota comportada caiu por terra

numa viagem a trabalho.

"Ele era mais velho, bonito e viúvo.

Sabia dizer a coisa certa, na hora certa.

Me seduziu de tal forma, que quando dei por mim,

já estava na cama dele".

De volta ao Rio, Sônia bem que tentou acabar com o caso.

"Eu gostava de meu namorado, mas não resistia ao charme

daquele homem.

A cada encontro jurava que seria a última vez, mas não era.

Acho que ninguém é fiel",

diz, lembrando que a única forma de aliviar a dor na

consciência foi contar tudo ao namorado.

"O resto da história já dá para imaginar.

Acabei ficando sozinha.

Mas nem por isso me arrependo.

Nada é para sempre mesmo!".

Mas há quem acredite que as mulheres agora aprontam tudo o que os homens faziam, porque estão confundindo liberdade sexual com libertinagem. É o que afirma o sexólogo carioca Charles Rojtemberg. Para ele, há um conceito de que liberdade sexual é sair com quantas pessoas quiser e transar quantas vezes sentir vontade. "Liberdade sexual não é fazer sexo o tempo todo, mas ter liberdade de escolher o parceiro e saber dizer não", observa. Charles afirma que, muitas vezes, o homem casado dá suas escapadinhas para não ser visto como quadrado. "Igual a questão da virgindade. Muitas meninas transam só para não serem mais virgens e assim se igualarem ao grupo", conclui o sexólogo.


Triangulação ou traição?


A pesquisa realizada por Joaquim Motta, professor convidado do Curso de Especialização em Sexualidade Humana da Universidade de Campinas, concluiu que, de uma maneira geral, tanto o homem quanto a mulher mentem muito a respeito de fidelidade. Mesmo assim, o professor resolveu fazer um estudo mais detalhado sobre o tema, para saber quem trai mais. Das 240 entrevistas realizadas em seu consultório, Motta constatou que o homem ainda trai mais que a mulher numa proporção de 65% contra 45%. Até aí, nenhuma novidade. Mas segundo Motta, comparando os números do Relatório Kinsey, estudo publicado nos Estados Unidos nas décadas de 40 e 50, com novas pesquisas americanas, percebe-se que o número de mulheres infiéis quase dobrou. O professor acredita que essa tendência da mulher se tornar cada vez mais infiel também esteja ocorrendo por aqui. E isso, diz ele, se deve à liberação sexual e à equiparação das conquistas femininas às masculinas.

Em seu site, Motta conta a história de uma rainha, cuja idéia

principal da traição é a triangulação.

Para ele, se não triangula,

é uma experiência individual, não a três,

portanto não há o "traído".


Como exemplo, Motta explica que se uma pessoa namora ou é

casada e transa com um cabeludo porque seu companheiro está

ficando careca, não diz nada para ele e, inclusive passa a não


tolerar mais a falta de cabelo, é uma senhora traição.


Mas se por outro lado, continua Motta, se essa mesma pessoa


fala sobre o assunto com o parceiro,

cuida do cabelo dele, pede que ele faça um implante,

enfim, resolve o problema e transa com outro porque teve


atração, não porque faltava algo no seu homem, não é traição


no sentido psicológico, mesmo que moralmente seja.

A partir daí, o professor montou um questionário, onde 330 mulheres participaram. Deste total, 170 assumiram que já traíram e 160 disseram que não. Já dos 330 homens, 240 responderam que sim e 90 que não. Aproximadamente 73% das mulheres não acharam traição e 51,5% dos homens acharam traição.

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