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domingo, 1 de maio de 2011

A GRÉCIA ANTIGA





Aspectos Geográficos
A forma do território grego lembra uma mão aberta sobre o Mar Mediterrâneo. Esse território pode ser dividido em três grandes partes:
  Grécia Continental: é a região situada ao norte do istmo de Corinto. Compreende regiões como Tessália, Etiólia, Beócia e Ática.
  Grécia Peninsular: é a parte situada ao sul do istmo de Corinto, constituída pela Península do Peloponeso. Compreende regiões como Messânia, Arcádia, Lacônia e Argólida.
  Grécia Insular: é a parte formada pelas diversas ilhas espalhadas, sobretudo, pelo Mar Egeu. Entre essas ilhas destacam-se Creta, Eubéia e os conjuntos das ilhas Cíclades e das ilhas Jônicas.
De modo geral, podemos destacar duas características fundamentais do território grego:
  As Montanhas: há numerosas cadeias de montanhas, que dominam 80% da superfície territorial. Entre uma montanha e outra, encontram-se planícies férteis, berços naturais para o desenvolvimento de pequenas sociedades;
  O Mar: o litoral é bastante recortado, com bons portos e diversas ilhas próximas umas da outras. As águas calmas dos mares gregos e as pequenas distâncias entre as ilhas são um convite à navegação marítima. É por isso que a comunicação e o comércio marítimo sempre desempenharam importante papel na vida grega.


Devido à presença marcante do mar e da montanha, o território grego tem um aspecto fragmentado. Esta fragmentação geográfica facilitou a fragmentação política da Grécia, isto é, nunca houve um estado grego unificado. Assim, o que chamamos de Grécia nada mais é do que o conjunto de diversas cidades-Estado gregas independentes umas das outras e, muitas vezes, rivais.
É importante frisar que o surgimento das cidades-estados na Grécia, não pode ser explicado, unicamente pela "toda poderosa" influência do meio geográfico sobre o homem. Acreditar nisso, seria cair no fatalismo ou no determinismo geográfico. O surgimento das cidades-estados é explicado pela ação do homem, em certas circunstâncias históricas, diante de um contexto geográfico. Com isso, negamos o fatalismo geográfico (o homem é um produto do meio), mas também negamos o possibilismo romântico (o homem faz a história conforme sua exclusiva vontade). Nesse aspecto, Marx foi feliz ao escrever que "os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado". Podemos concluir, então, que o homem, através de suas ações e do seu trabalho, faz a História, relacionando-se dialeticamente com o meio geográfico e com as demais circunstâncias que interferem na vida humana.
Os povos indo-europeus - aqueus, jônios ,eólios e dórios - começaram a chegar à Grécia em sucessivas levas, por volta do ano 2000 a.C. . Porém, muito antes da chegada desses povos, a maior ilha grega do mar Egeu - Creta - já era habitada. Nela se desenvolveu uma brilhante civilização: a civilização cretense.
Próximo ao III milênio a.C., a ilha de Creta recebeu alguns povos, provavelmente vindos da Ásia Menor, que constituíram uma importante civilização, a Civilização Cretense. Encontra-se no Mediterrâneo Oriental , perto da Grécia e da Ásia Menor.
  Creta é uma das maiores ilhas do Mediterrâneo. Consiste principalmente em colinas e montanhas, com alguns vales férteis. Uma estreita planície estende-se na costa norte, onde se encontram as maiores cidades e alguma indústria leve. Na costa sul, as montanhas descem abruptamente para o mar.
A civilização Cretense passou por três estágios:
  Civilização egéia;
  Civilização cretense, e;
  Civilização minóica.
Os primeiros habitantes dessas terras deram origem à Civilização egéia, nome devido ao Mar Egeu.
A maioria da população era formada por pescadores e marinheiros, por isso eram chamados de povo do mar.


A Economia na Ilha de Creta

No início, houve preocupação com a agricultura de: oliva, vinha, trigo, milho miúdo, legumes, ameixeira, figueira, ..., e com o comércio marítimo com as outras ilhas do Mar Egeu, com o Egito e com a Ásia. Com o comércio marítimo, podiam oferecer saída aos produtos da ilha e de suas indústrias e meios de obter produtos alimentícios que o solo não conseguia proporcionar em grande quantidade. Exportavam azeite, vinho, tecidos, armas de bronze, jóias e uma admirável cerâmica.
Expandindo-se pelo mar, os cretenses fundaram diversas colônias, entre as quais Micenas, Tirinto e Tróia.
A indústria Cretense era parcialmente controlada pelo Estado. Fabricavam tecidos, ferramentas, utensílios domésticos, vasos e jóias. Havia divisão de trabalho e produção em larga escala.


Os grandes palácios


No século passado, em 1900, o arqueólogo inglês Arthur Evans descobriu traços e vestígios de grandiosos palácios datados do século XX a.C.. Eram restos das cidades cretenses Cnossos e Faístos. Eram palácios com quartos decorados, oficinas, redes de água e esgoto, ... . Locais para administração demonstram que os cretenses já tinham um alto grau de civilização e organização social.

A Cultura e o Povo na civilização Minóica

Em torno de 1750 a .C., uma catástrofe ocorreu em Creta ( não se sabe ao certo o que foi mas os historiadores acham que foi um terremoto ou uma explosão vulcânica)e soterrou os palácios reais. Sobre estas ruínas, o rei Minos ,no século XVI, construiu outros palácios de igual beleza, como o palácio de Cnossos. Foram os arquitetos Dédalo e Ícaro que o fizeram a mando de Minos.
O palácio era enorme, compreendia salas do trono, teatro para espetáculos, torneios e touradas, ..., tinha vários fins e, a construção, de quatro ou cinco andares, contava com 1300 divisões. O pátio central tinha mais de 10.000 m2. Era habitado pela família real, funcionários e servos.
Há uma interessante lenda sobre o palácio de Cnossos:
"Segundo a lenda, os gregos de Atenas haviam matado um dos filhos do rei cretense. Para se vingarem dos atenienses, os cretenses declararam guerra à Atenas e venceram. Exigiram dos vencidos que todos os anos mandassem sete moças e sete rapazes para acalmar a fome do Minotauro.
Dizia-se que desse labirinto ninguém conseguia sair, pois era impossível achar a saída. Mas um rapaz grego, de nome Teseu, resolveu enfrentar o monstro do labirinto. Foi secretamente ajudado pela jovem Ariadne, filha do rei Minos, que lhe deu um novelo de linha para que ele fosse desenrolando no labirinto e, assim, conseguisse achar o caminho de volta.
Teseu lutou bravamente com o touro, conseguiu matá-lo e sair do labirinto. A lenda permaneceu viva na memória do povo grego por muito tempo."
Minotauro era um monstro da mitologia grega, que tinha o corpo de homem e cabeça de touro. Era filho do rei Minos e da rainha Pasífae.
Os cretenses habitavam a ilha desde os tempos pré-históricos. Pertenciam aos povos mediterrâneos, não sendo semitas nem indo-europeus, então, não são descendentes dos mesmos povos da Grécia. Eram pequenos, morenos, ágeis, cabelos longos, lábios e nariz grossos. Vestiam-se com elegância e muitas jóias.
Eram um povo festivo e levavam uma vida alegre. Quase não havia distinção entre as classes sociais. Tanto os homens quanto as mulheres dedicavam muito do seu tempo aos jogos, exercício físicos ao ar livre, pugilismo, luta de gladiadores, corridas, torneios, desfiles e touradas. Realizações do povo cretense:
  A dança, acompanhada de cantos e sons;
  Os teatros ao ar livre, nos pátios dos palácios;
  Enormes potes da altura do homem, para armazenarem alimentos ( serviam, também, como objetos de decoração, pois eram ricamente decorados);
  Um sistema próprio de escrita, gravado em argila (inspirada nos hieróglifos egípcios);
  Labirintos com salas e corredores;
  Um vestuário semelhante à moda do século passado;
  Casas confortáveis;
  A escultura representada em miniaturas;
  Uma pintura maravilhosa inspirada na natureza, nos pássaros, nas flores, na vida à beira-mar , etc., usando principalmente o azul e o vermelho ;
Arte cretense cheia de fantasia, vida , delicadeza, graciosidade e originalidade, expressando o gênio de um povo acostumado à independência. Os artistas eram capazes de representar o momento de fúria de um touro ou o suave movimento de um polvo. Os artesãos trabalhavam a cerâmica, o ouro, a prata, o bronze, com os quais faziam lindas peças e objetos de adorno.
Os cretenses no campo artístico só foram superados pelos gregos.
Cnossos tornou-se o centro político da ilha de Creta, sendo que, o chefe político era um rei-sacerdote, com diversos poderes, entre eles o religioso, administrativo e de juiz supremo, podendo governar de forma absoluta.
A religião era monástica e matriarcal. A maior atração religiosa era a Deusa-Mãe, que era considerada a deusa da fecundidade, da maternidade, da terra e dos homens. Representava o bem e o mal ao mesmo tempo. Era também a senhora dos animais e a ela eram consagrados os pássaros, leões e serpentes.
"A presença da mulher em exibições perigosas e de grande habilidade e também nas festas aparece em diversas pinturas em cerâmicas e nos afrescos. Essa valorização da mulher se deve principalmente ao fato de que a divindade maior de Creta é uma mulher ( a Deusa-Mãe). Daí podemos concluir que a mulher na sociedade Cretense gozou de uma grande consideração."
Baseado em Franco di Trondo, La Storia e I suol Problemi, Loescher Editore, Torino , Itália.
Em sua homenagem, o povo organizava festividades, jogos, torneios, touradas em que os rapazes se exibiam em perigosos exercícios ginásticos, mas sem matar o touro, pois o consideravam um animal sagrado.
Também tinham outras divindades que viviam rodeadas de pássaros, de serpentes, de touros ou de seres fantásticos com corpo humano e cabeça de animal, lembrando o Minotauro. Praticavam o culto dos mortos, enterrados com alimentos, ferramentas e objetos de adorno.



A organização política da civilização Minóica

Os cretenses, desde os primeiros tempos, foram agrupados sob a autoridade de príncipes, em cidades como Cnossos e Faístos. Os príncipes tinham poderes políticos e religiosos, como os monarcas orientais, Porém não eram tão despóticos como os reis assírios ou persas. Minos possuía um pequeno exército. Seu emblema era uma flor -de-lis.
O período Minóico marcou o período de maior desenvolvimento da ilha de Creta. Relacionavam-se, freqüentemente, comercialmente, com outros povos do Mediterrâneo. Assim, utilizavam um sistema de pesos e medidas, inspirados nos egípcios e mesopotâmicos. Possuíam moedas de cobre de diferentes valores, para transações comerciais. As moedas, geralmente, traziam o desenho de um labirinto.
Essa civilização parou, novamente, no século XIV, por causa de outra catástrofe. Nessa época, os aqueus, vindos da Grécia, ocuparam a ilha de Creta, incediando Cnossos, pondo fim nessa Civilização que floresceu de 3000 a 1400 a .C. , aproximadamente.


A Ilha de Creta Atualmente

As ilhas do Egeu, no mar de mesmo nome, são em geral rochosas, especialmente ao sul. As ilhas do norte compreendem Quios, Lesbos, Lemnos, Samotrácia e o grupo das Cíclades, uma das áreas mais atrasadas da Grécia, e as do Dodecaneso. A histórica Rodes , a maior desse grupo, é importante atração turística.


A Civilização Grega

A antiga Grécia fazia limites com a Ilíria e a Macedônia ao norte, a leste com o mar Egeu, a oeste com o mar Jônico, e ao sul com o mar Mediterrâneo. Tinha 77.000 km2 .
Suas montanhas, com o céu quase sempre azul e seu clima suave faziam da Grécia um dos mais maravilhosos países do mundo antigo.
Foi nesse pequeno país que a primeira civilização européia começou a mais de dois mil anos. Naquele tempo, a Grécia dominava grandes áreas das margens do Mediterrâneo e do mar Negro. Atualmente, a Grécia tem poder reduzido, sendo um dos países menos desenvolvidos da Europa. Atenas é a capital e maior cidade do país. Em Atenas e outras partes da Grécia, existem esplêndidas ruínas que são monumentos do passado glorioso da nação.
Há milhares de anos, os gregos estabeleceram tradições de justiça e liberdade individual que são as bases da democracia. Sua arte, filosofia e ciência tornaram-se fundamentos do pensamento e da cultura ocidentais.
Os gregos da Antigüidade chamavam a si próprios de helenos ( todos que falavam grego, mesmo que não vivessem na Grécia), e davam o nome de Hélade a sua terra. Os que não falavam grego eram chamados de bárbaros. Jamais chegaram a formar um governo nacional, porém estavam unidos pela mesma cultura, religião e língua.


Relevo Antigo

Ásperas montanhas de pedra calcária ocupavam cerca de 3/4 do território. Florestas cobriam as encostas da serra. As maiores planícies ficavam na Tessália, ao norte, na Ática e na Beócia na Grécia central, e na Lacônia e em Messênia no Peloponeso. Os picos das cadeias submersas despontavam no mar formando ilhas.
O Clima na Grécia Antiga

Tinha um clima ameno e agradável. Aproximadamente 640mm de chuva caíam a cada ano, principalmente no inverno. No verão, o povo vivia quase inteiramente ao ar livre. Embora os ventos de inverno fossem frios, os gregos promoviam a maioria dos divertimentos e reuniões públicas fora dos recintos cobertos.


O Povo Grego

Os gregos são um povo animado ,que se diverte com as conversas e a companhia dos outros.
As classes da sociedade grega variavam de uma cidade-Estado para outra. Atenas contava com três classes:
   Cidadãos, ou eupátridas: Somente eles possuíam direitos políticos para participar da democracia. As mulheres e as crianças não faziam parte do grupo dos cidadãos;
  Metecos : Eram os estrangeiros que habitavam Atenas. Não tinham direitos políticos e estavam proibidos de adquirir terras, mas podiam dedicar-se ao comércio e ao artesanato. Em geral , pagavam impostos para viver em Atenas e estavam obrigados à prestação do serviço militar;
  Escravos: Formavam a grande maioria da população ateniense, pois para cada cidadão adulto chegou a existir cerca de 18(dezoito) escravos. Os escravos eram considerados propriedades do seu senhor, embora houvessem leis que os protegiam contra excessos de maus tratos. Atenas era um Estado que garantia a democracia da minoria às custas da escravidão da maioria.
Os antigos gregos falaram vários dialetos diferentes durante centenas de anos. Depois de 330 anos a.C., um dialeto comum chamado coiné desenvolveu-se a partir do primitivo dialeto falado em Atenas. Vários invasores penetraram na Grécia Antiga, mudando a língua e os costumes gregos.
"Na Grécia, a pobreza é sempre uma hóspede" (Heródoto). O povo levava uma vida simples, começando na moradia, que eram de pedra ou de tijolos secos ao sol e cobertos com estuque. A maioria dos gregos fazia apenas duas refeições por dia. O almoço, ariston, muitas vezes consistia somente de um prato de feijão ou de ervilhas e de uma cebola crua ou um nabo cozido. Ao cair da noite havia o deipnon, a refeição principal que incluía pão, queijo, figos, azeitonas e por vezes um pedaço de carne ou queijo.
Os gregos não conheciam o açúcar, porém serviam-se do mel para adoçar seus alimentos. Usavam o azeite para passar no pão, além de empregarem-no como óleo de cozinha e sabão. A maioria dos gregos bebiam uma mistura de vinho e água; eles consideravam o leite próprio apenas para os animais e os bárbaros.
Os gregos desenvolveram um belo e gracioso traje. Homens e mulheres usavam um quitão, túnica que descia até os joelhos ou tornozelos; um cinto estreito prendia na cintura o quitão feminino. Grande parte dessas túnicas eram feitas de lã; apenas os mais ricos podiam tê-la de algodão ou linho. O povo usava quitões de cor marrom para o trabalho e de cor branca nas ocasiões formais.
 Tanto os homens como as mulheres trajavam também himátions, mantos que eles arranjavam com pregas sobre os ombros e os braços. Os moços por vezes usavam uma clâmide, pequeno manto preso no ombro. As mulheres podiam vestir também um péblos, que era uma variação do quitão. Dentro de casa os gregos habitualmente andavam descalços; na rua muitos usavam sandálias. A maioria dos gregos andava com as cabeças descobertas.

Cada vila ou cidade contava com ginásio ao ar livre onde os homens podiam praticar exercícios ou vários tipos de jogos com bola. As crianças geralmente rolavam aros ou brincavam com bonecas. Os homens mais velhos sentavam-se na ágora(mercado), onde ficavam jogando damas ou conversando. A mulher grega trabalhava quase que todo o tempo e tinha poucos divertimentos. As caçadas eram passatempos prediletos nas propriedades rurais.



Educação na Grécia

As meninas não recebiam qualquer educação formal, mas aprendiam os ofícios domésticos e os trabalhos manuais com as mães. Principal objetivo da educação grega era preparar o menino para ser um bom cidadão. Os gregos antigos não contavam com uma educação técnica para preparar os estudantes para uma profissão ou negócio.
Em Esparta a educação era organizada em modos militares e dava-se ênfase à educação física. Os meninos viviam em casernas dos 7 anos 30 anos e sua educação incluía intermináveis exercícios de ginástica e atletismo. Os professores surravam os alunos, às vezes, seriamente, a fim de reforçar a disciplina. Os espartanos alcançavam a maturidade em ótimas condições físicas mas em geral eram ignorantes; somente alguns sabiam ler e escrever.
A educação em Atenas contrastava acentuadamente com àquela que era adotada em Esparta. Eles acreditavam que sua cidade-estado tornar-se-ia a mais forte se cada menino desenvolvesse integralmente as suas melhores aptidões individuais. O governo não controlava os alunos e as escolas. Um garoto ateniense entrava na escola aos 6 anos e ficava confiado a um pedagogo. Ele estudava aritmética, literatura, música escrita e educação física; além disso decorava muitos poemas e aprendia a tomar parte nos cortejos públicos e religiosos. Os meninos tinham feriados apenas nos dias de festas religiosas. O governo recrutava para treinamento militar durante 24 meses, todos os jovens quando atingiam a idade de 18 anos.


Artes

A literatura foi a maior e mais singular contribuição dos gregos a civilização ocidental.
Os arquitetos gregos demonstravam grande habilidade em seus projetos de tempos e edifícios públicos. Eles assentavam com perfeição os blocos de mármores ou de pedra calcária, sem usar argamassa e empregavam graciosas colunas para sustentar o trabalho dos tempos.
Na escultura usavam tanto mármore quanto bronze. Alguns famosos escultores: Fídias, Míron, Policleto, Lisípo, Praxíteles, Scópas.
As pinturas desapareceram em sua grande maioria. Apenas vasos pintados foram preservados.
A música era executada por um só instrumento de sopro ou de cordas acompanhado por uma forte batida rítmica. Os instrumentos favoritos era a lira, a cítara, parecida com o alaúde, e o áulo, que lembrava um pouco o oboé. Eles apreciavam bastante o canto e escreveram muitos poemas em forma de canção com acompanhamento de lira. Eles chamavam essa poesia de lírica.
Da Grécia vieram os primeiros filósofos e grande sabedoria nas ciências.


A Religião Grega

Os gregos adoravam vários deuses, e os representavam sob a forma humana. Portanto, sua religião era politeísta e antropomórfica. Os deuses habitavam o monte Olimpo. No monte Olimpo habitavam 15 deuses, são eles:

  Zeus - Deus do céu e Senhor do Olimpo;
  Héstia - Deusa do lar;
  Hades - Deus do mundo subterrâneo (inferno);
  Deméter - Deusa da agricultura;
  Hera - Deusa do casamento;
  Posêidon - Deus dos mares
  Ares - Deus da guerra;
  Atena - Deusa da inteligência e da sabedoria;
  Afrodite - Deusa do amor e da beleza;
  Dionísio - Deus do vinho, do prazer e da aventura;
  Apolo - Deus do Sol, das artes e da razão;
  Artemis - Deusa da Lua, da caça e da fecundidade animal;
  Hefestos - Deus do fogo;
  Hermes - Deus do comércio e das comunicações.
  Asclépio - Deus da medicina.
  As três Graças;
  As nove Musas;
  Eros;
  As Horas;
  As Morais.

Praticavam ainda, os gregos, o culto dos heróis, eram seres mitológicos considerados pelos gregos, como seus antecessores, fundadores de suas cidades, às quais davam proteção: Teseu, Épido, Perseu, Belerofonte e Hércules.

O culto aos deuses era tão desenvolvido entre os gregos, que chegaram a erigir soberbos templos as suas divindades, nos quais realizavam suas orações. Consideravam que os oráculos eram meios utilizados pelos deuses para se comunicarem com eles.

Diversos jogos periódicos eram promovidos pelos gregos em homenagem aos deuses, como os Jogos Olímpicos, dedicados a Zeus, na cidade Olímpia. Os Jogos Olímpicos eram praticados de quatro em quatro anos. Durante sua realização, sustavam-se as guerras, e respeitavam-se como as pessoas sagradas os seus participantes.

 

A História Grega

Como a superfície contínua da Grécia era bastante limitada, os gregos, passaram a habitar também as ilhas próximas, bastantes numerosas. A ilha de Eubéia ficava separada do continente pelo estreito de Euripes. Ítaca, Cefanônia, Córcira e Zaquintos localizavam-se no mar Jônico. Ao sul do Peloponeso, ficava Cítara, que representava uma etapa para a ilha de Creta, a mais extensa de todas. As Cícladas (Andros, Delos, Paros, Nexos) localizavam-se no Egeu, bem como as Espóradas (Rodes, Samos, Quios, Lesbos). Essas ilhas constituíam a Grécia colonial, constituídas por terras mais distantes:

  Ásia Menor (Eólia, Jônica, Dória);
  Sul da Itália (Magna, Crécia);
  Costa egípcia (Náucratis).

Desde o período neolítico que se tem notícia da presença do homem na península Balcânica. Os pelasgos foram seus primeiros habitantes, possivelmente, de origem mediterrânea. Os cretenses, porém, foram mais importante como civilização, predominando em toda a região do Egeu. Tantos os pelasgos como os cretenses, geralmente são considerados povos anteriores aos gregos ( povos pré-helênicos).
A história egeana teve suas origens na ilha de Creta, irradiando-se daí para a Grécia continental e também para a Ásia Menor. Cerca de 1.800 a.C., Cnossos e Faístos, na ilha de Creta, atingiram o seu apogeu. O palácio de Cnossos foi destruído entre cem e duzentos anos mais tarde. Formou-se uma nova dinastia, à qual se deve diversas transformações, inclusive o tipo de escrita. Os cretenses experimentaram outro período de apogeu, cerca de cinqüentas anos mais tarde, quando atingiram a Ásia menor, reconstruindo Tróia, e a Grécia continental, construindo aí Tirinto e Micenas. Os chamados "povos do mar" surgiram pelos fins do século XV a.C., e por certo foram os predecessores dos povos gregos. Eram os aqueus, povos de origem indo-européia. Da miscigenação de cretenses e aqueus originou-se a civilização Miceniana.
Duzentos anos mais tarde, os dórios, os jônicos e os eólios, outros povos helênicos, transferiram-se para Grécia. Os invasores venceram os aqueus, e substituíram as cidades pelas suas. Tais cidades viram transformar-se nas grandes representantes da Grécia Antiga: Atenas, Tebas, Esparta e outras.


Os Poemas de Homero

Os poemas homéricos, Ilíada e Odisséia, narram esses tempos de lutas e de lendas. O primeiro narra a guerra entre gregos e troianos, com a vitória dos primeiros. A Odisséia, conta as aventuras de Ulisses (Odisseu), rei de Ítaca. Por isso, esse período é chamado de Tempos Homéricos.


As Cidades Gregas

As cidades gregas são encontradas nos tempos históricos mais remotos. Muitas dessas cidades apresentavam uma organização perfeita. Tomamos conhecimento dos genos, minúsculas comunidades naturais em que os gregos anteriormente viviam, apenas através das lendas e dos poemas homéricos. O genos era constituído por todos os que prestavam culto a antepassados comuns que tinham o mesmo sangue. Com o tempo, esses genos foram se agrupando, a fim de obterem melhores condições de vida, e deram origem a cidades.
Os gregos, porém, fundaram muitas cidades, cada qual mantendo sua independência. Possuíam também seus próprios reis, hábitos e regulamentos. Apesar disso, os gregos sentiam que formavam um só povo, o que desenvolveu na Grécia o sentimento pátrio.


As Colônias Gregas

As colônias foram o meio utilizado pelos gregos para disseminarem a sua religião e seus hábitos por toda a extensão do Mediterrâneo. A fundação de colônias gregas não era devida à iniciativa do Estado. Um grupo de elementos, obedecendo à chefia de um, encarregado de levar o fogo sagrado, saía da mesma cidade à procura de um local onde pudesse se estabelecer e construir cidades independentes, ligadas apenas pela religião à cidade de origem. Essa modalidade de colônia é denominada apoequia.
No século X a.C., os atenienses criaram um novo tipo de colônia, a olerúquia. Era obra do Estado, e os emigrantes conservavam os seus direitos de cidadania.
Algumas colônias gregas: vilas na Sicília, sul da Itália, Turquia, terras no mar Negro, Índia, Portugal e Sudão.


A Evolução Grega

Em algumas cidades, a agricultura foi substituída por outras atividades econômicas, que atraíram elementos estrangeiros e provocaram o aumento do números de escravos. As classes que não participavam da política aumentaram, numericamente, enquanto se agrupavam na cidade propriamente dita. Com isso, tomaram consciência da força que possuíam que até então haviam ignorado por causa de sua vida dispersa na lavoura.
O aparecimento da moeda foi outro fator da revolução da econômica. Riquezas móveis se constituíram e, houve descontentamento entre as classes sociais inferiores. As lutas políticas sucediam-se. Como solução, promulgaram-se leis para regulamentarem as relações de classes.
Os excessos de luxos constituíram uma das preocupações de quase todos os legisladores. Conhecem-se leis de Pítacos, Sólon e Zaleucos relativas ao uso de jóias femininas e cortejos fúnebres.
Com a crise, o regime aristocrático propiciou o surgimento da tirania, representada pelo menos por duzentos tiranos distribuídos ao longo da história grega.
Os tiranos gregos tinham como principal intuito serem aceitos pelo mundo como protetores da justiça e da religião, e procuravam rodear-se de literatos e de artistas, que os transformavam em elementos benfeitores, conseguindo-lhes com isso simpatia e prestígio.

  Espartanos e Atenienses

Os atenienses constituíram a democracia padrão na Grécia clássica.
Os espartanos, como mantinham condições de vida semelhantes a de um exército recluso, sofreram poucas modificações políticas, permanecendo sempre com as características de um Estado aristocrático.
Tanto Esparta como Atenas mantiveram constantes lutas pela hegemonia grega.
Atenas teve o seu apogeu no transcorre da época de Péricles (463-529 a.C.). Péricles foi o principal representante do partido democrático, que subiu ao poder em 463 a.C.. Teve como principal objetivo de sua política a melhoria das condições de vida da população, transformando e melhorando também as características da política externa.
Quanto à cultura, procurou atrair os intelectuais de todas as localidades da Grécia, favorecendo-os e instalando-os em Atenas. Sua época foi marcada por nomes de grandes personalidades:

  Fídias, arquiteto e escultor;
  Sófocles, autor de tragédias;
  Heródoto, o grande historiador;
  Ésquilo, autor de tragédias;
  Sócrates, o pai da filosofia;
  Eurípedes, autor de tragédias;
  Aristófanes, comediógrafo.

No fim do governo de Péricles, eclodiu a luta entre Esparta e Atenas, que seria uma das mais longas e violentas guerras do mundo antigo, e que passou para a História como a guerra do Peloponeso.
Os constantes desentendimentos bélicos entre as cidades gregas somente conseguiram abalar a unidade do país, propiciando a Filipe II que concretizasse a sua conquista.
Após haver conseguido impor-se aos gregos, muitos acreditam que o rei macedônio estivesse cuidando dos preparativos para submeter os persas, o que não conseguiu levar a contento, pois foi assassinado por Pausânias, em 336 a.C., deixando seu trono para seu filho, Alexandre.
As Conquistas de Alexandre

Contava, então, Alexandre, 20 anos, e era considerado um homem culto e admirador do helenismo, acreditando-se que tenha sido discípulo de Aristóteles. Tratou de consolidar, na Grécia, a obra de Filipe. Invadiu Tebas, e a destruiu. Venceu Atenas. Depois da vitória de Granico, submeteu a Ásia Menor, além de outras vitórias. Morreu em 323 a.C.
Depois de sua morte, desentendimentos e lutas enter os generais provocaram a divisão do Império em 3 grandes reinos:

  o do Egito;
  o da Síria;
  o da Macedônia.

Tempos depois, reinos menores originaram-se desses 3 grandes reinos:

  Epiro;
  Ponto;
  Bitínia;
  Galátia;
  Pérgamo;
  Capadócia;
  Pártia;
  Bactriana.

Esses pequenos reinos constituíam os "estados helenísticos".



Período Helenístico

Também na religião o regime se impôs. Foi estabelecido o culto dos reis, transformando o rei quase em um deus.
A escultura helenística orientava-se no sentido de causar efeito, e se caracterizava pelas grandes proporções. Os principais centros esculturais foram Pérgamo e Rodes. O Colosso de Rodes era uma das setes maravilhas do mundo antigo. Na pintura, sobressaiu-se Apeles. Na poesia, notabilizaram-se Teócrito e Menadro. O historiador mais célebre foi Políbio. Na filosofia, aparecem Zénon, Pirro, Diógenes e Epicuro. Também viveram nessa época:

  Euclides, o pai da geometria;
  Arquimedes, o pai da física.


A Conquista Romana

Até então, Roma não demostrara pretensões sobre as terras de além-Adriático. Mas o perigo representado pelos ilírios fez com que essa situação se transformasse. Os piratas ilírios, tornando-se muito fortes, passaram a representar sério perigos aos romanos, e estes resolveram guerreá-los. Roma libertou várias cidades gregas, que deviam ficar sob seu protetorado. Filipe X, da Macedônia, concedeu asilo a Demétrios. Como Demétrios era inimigo de Roma, este invadiu a Macedônia e, mais tarde, a Grécia.

Resumo da História Grega

  3000-1100 a. C. = Ascensão e queda da civilização minoana na ilha de Creta e da civilização micênica no continente grego.
  776 a. C. = A primeira Olimpíada foi realizada.
  700 a. C. = Homero compôs a Ilíada e a Odisséia.
  490 a. C. = Os gregos rechaçaram a primeira invasão persa na Batalha de Maratona.
  480 a. C.= Os atenienses derrotaram a frota persa em Salamina.
  461-431 a. C. = Durante a Idade de Ouro de Atenas os gregos desenvolveram suas maiores artes.
  431-404 a. C. = Esparta derrotou Atenas na Guerra do Peloponeso.
  371 a. C. = Tebas derrotou Esparta na Batalha de Leuctra.
  362 a. C. = Tebas caiu após a Batalha da Mantinéia.
  338 a. C. = Filipe II venceu os gregos e anexou a Grécia ao império Macedônio.
  334-328 a. C. = Alexandre, o Grande, conquistou o império persa com um exército de gregos e macedônios.
  323 a. C. = Alexandre, o Grande, morreu e teve início a era Helenística.
  197 a. C. = Os romanos conquistaram a Macedônia e a Grécia pela primeira vez.
  146 a. C. = A Grécia tornou-se província romana.


O País Atual em Resumo

  Capital: Atenas
  Língua Oficial: grego moderno (romaico)
  Nome Oficial: Elliniki Dimokratia (República Helênica)
  Área: 131.944 km2
  Relevo: Ponto culminante = Olimpo, 2.917m acima do nível do mar. Ponto mais baixo = nível do mar dos litorais.
  População: Estimativa de 1986 = 10.079.000 habitantes : distribuição: 66% urbana, 34% rural: densidade: 76hab./km2 . Estimativa de 1991 = 10.541.000 hab.
  Principais produtos: Agropecuária = algodão, azeitona, cabras, fumo, hortaliças, limão, ovelhas, trigo e uva. Indústria = alimentos e bebidas processadas = cigarros, têxteis, vestuário. Mineração = bauxita, linhita e cromita.
  Hino Nacional: "Imnos pros tin Eleftherian" ( "O Hino à Liberdade").
  Moeda: Unidade básica = dracma. Cem lepta eqüivalem a um dracma.






ANDREIA  CAETANO PIUMHI/MG 

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